Na aula de Matemática (poema)

Quando olhas pra mim...
Os números racionais ficam irracionais.
Os reais, imaginários
E os complexos ficam perplexos.

Quando olhas pra mim...
O triângulo fica móvel.
O círculo, quadrado
E o quadrado fica reverso.

Quando olhas pra mim...
Os conjuntos ficam sem elementos.
Os subconjuntos, maiores que os conjuntos
E o Vazio desaparece.


Quando olhas pra mim...
Os múltiplos ficam primos.
os primos, irmãos
E todos os números ficam divisíveis.

Quando olhas pra mim...
Os múltiplos ficam negativos.
As equações, sem raízes
E as funções ficam sem domínio.

Quando olhas pra mim...
As derivadas ficam sem limite.
Os gráficos, sem inflexão
E as tangentes nem se tocam.


Quando olhas pra mim...
Os poliedros ficam sem faces.
O côncavo fica convexo
E o teorema de Euler fica sem nexo.

Quando olhas pra mim...
O sistema fica impossível
A matriz, redonda
E o determinante se anula.

Quando olhas pra mim...
O sinal fica sem som,
A aula,sem professor
E o aluno bate com o dedo no meu ombro :
- Mestre, a aula acabou.

Professor Chico Nery

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